domingo, 24 de agosto de 2008

prá que sofrer, se nada é prá sempre?

“os velhos olhos vermelhos voltaram dessa vez, com o mundo nas costas e a cidade nos pés.
pra que sofrer se nada é pra sempre? pra que correr, se nunca me vejo de frente...

os velhos olhos vermelhos enganam sem querer. parecem claros, frios, distantes - não têm nada a perder.
por que se preocupar por tão pouco? por que chorar, se amanhã tudo muda de novo?

parei de pensar e comecei a sentir.

nada como um dia após dia; uma noite, um mês...
os velhos olhos vermelhos voltaram de vez...”

[capital inicial – “olhos vermelhos”]




filósofos falam em felicidade, em amor, em paixão, em paz, e em tantos outros sentimentos lindos como alcançáveis e concêntricos.

bem... isso não existe, certo? porque ninguém consegue levar uma vida entendida como perfeita. paz, amores correspondidos e bem resolvidos, sucesso, amigos, curtição, bom trabalho...

há quem diga que esse tipo de perfeição não é querida, porque precisamos de problemas... mas duvido que alguém rejeite esta vida.

quero dizer... a gente vive numa sociedade que cobra tanto da gente. que impõe tantas coisas à gente. tudo que deveria ser complementar à felicidade se torna o essencial para a existência dela. dinheiro, trabalho em cima de trabalho, estudo e mais estudo... isso devia ser para quem já é sentimentalmente feliz, e quer de uma felicidade material.

é utópico, eu sei. só que seria o ideal.

porque nós temos uma mania absurda de deixar os sentimentos para segundo plano. só começamos a buscar a vida sentimental e a perceber o quanto a menosprezamos e fomos negligentes com ela quando começamos a sentir um vazio dentro de nós, ou um buraco imenso, e tantas vezes nem conseguimos mais preenche-lo.

ora bem, qual o prazer da felicidade material? é conjugar o verbo "ter" na primeira pessoa do singular em todos os tempos e modos. massa! só que a realidade é que existem coisas mais importantes. é verdade que todo mundo precisa de dinheiro pra sobreviver, mas não se vive, também, oco.

o sentimental é uma renovação constante, na qual o verbo "ter" está conjugado em todas pessoas, modos e tempos. aí está a beleza de tudo.

tudo isso é porque estive pensando em meus sentimentos... em como eu não consigo mais me apaixonar, como fazia aos 14 anos – e, mesmo que não fosse amor mesmo, trazia um aperto gostoso de saudades, levava o coração à boca quando ouvia a voz do outro, um sorriso idiota ao rosto, as músicas que faziam lembrar dele...

eu não sei mais o que é sentir isso tudo. às vezes acho que desaprendi, mas prefiro pensar que só esqueci e que qualquer dia desses alguém me faz relembrar.

eu tenho me recuperado no colégio, tenho colocado as idéias que estavam loucas nos seus devidos lugares, tenho tomado decisões que eu adiei muito...

antes, os sentimentos estavam bem definidos e o resto da vida doido; agora, a vida está se definindo, e os sentimentos enlouquecendo.

eu que sou ruim de conciliar as coisas, ou a vida e o amor não se entendem mesmo?

:/

beijo,

nói

: *






p.s.: tinha esquecido no post passado, mas lembrei agora: créditos ao “ado-a-ado, ao meu torturado” pela montagenzénha lá de cima. obrigada, queridão! :)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

explicações

manufatura significa "feito à mão".
para produzí-la, são utilizados produtos brutos, trabalho, energia e alguns equipamentos.
quanto mais é investido neste bem, mais valor agregado a ele há.
no contexto da economia, na manufatura é iniciada a hierarquização das forças de trabalho em mais qualificadas e menos qualificadas. os trabalhadores com maior qualificação costumam ter mais necessidade de esforço mental do que os que ocupam cargos menos qualificados. nessa diferenciação qualitativa surge a diferenciação de salário a receber, além de um conhecimento menor dos procedimentos de produção por parte dos que tem qualificação inferior.

por mim + wikipedia


é. voltei.
caí na realidade de que, prá mim, é mais fácil a expressão em palavras, poemas, imagens. e ela me agrada, porque geralmente permite algumas ambiguidades e a dúvida para alguns.
só para alguns mesmo...
observe bem, minha intenção não é atingir ninguém por aqui. estou aqui apenas para materializar alguns pensamentos, algumas incoerências.
e aí entra a manufatura.

eu definitivamente não me considero um produto, tampouco de produção em larga escala. pelo contrário. dentro de meus incontáveis defeitos, me considero única. formada a partir de muitas influências de meios e pessoas, de gostos, de conhecimento, de idas-e-vindas... e quanto mais eu cresço, mais se torna difícil me entender.
por isso, existem os mais qualificados (que eu costumo chamar de "amigos"), e os menos qualificados (que costumam pensar que são meus amigos). o que são mais qualificados, de fato, precisam de um esforço mental maior, porque, ora, me entender não é fácil. mas eles tentam, e na maioria das vezes, conseguem. os menos qualificados analisam uma ou duas atitudes, e acham que sabem quem sou eu, o que penso, o que amo e o que odeio. estes são os menos recompensados por mim, afinal, eu tenho mais o que fazer do que ficar sendo bonitinha com todo mundo o tempo todo.
e os amigos só tendem a se tornar mais amigos, e ganharem, cada vez, mais recompensa.


por isto, queridíssimos, este blog não é para todos!
eu ficarei realmente feliz com os que aparecerem aqui para dar um "alô", ou com os que lêem os posts de bom coração mas não me entendem... estes só provam que não me esquecem e que se preocupam comigo.
aos que vem saber da minha vida, perdem tempo. se forem pacientes, continuem... só saibam que nada (ou quase nada) dito aqui vai ser diretamente. já falei o quanto amo as entrelinhas?
aos que me entendem... eu amo tanto vocês! (L)


até que não foi tão difícil. =)
beijo,
nói.